Bom dia Neptunianos e outros seres alienígenas (é uma vergonha sim, mas tive que ir ver ao Google como é que isto se escrevia).
Infelizmente, o meu trabalho hoje não me permitiu postar nada aqui antes, mas it is not a big deal porque a verdade é que ninguém lê isto, excepto tu mãe. Obrigada por seres a pessoa que mais acreditou em mim sempre! Aquela que me desejava sempre "muita luz" para as orais na faculdade e que efectivamente me iluminava porque muitas das vezes ia para lá sem ter estudado nada.
Mas a minha sanidade neptuniana nos dias de hoje deveu-se tão somente a ti, e mais ninguém. E não é recente, já tem os seus primórdios desde os meus 5/6 anos.
É verdade que, à parte dos meus problemas de identidade outros problemas se levantaram e outras questões pertinentes surgiram na minha cabeça e inquietaram.
Este texto vai ser curto porque esta pérola dramática foi resolvida muito rapidamente, aliás como sempre ao jeito da minha mãe que, conseguiu nos meus 9 anos (ou menos) chamar-me até ao Computador onde abriu uma espécie de email ( já não me recordo bem), abriu uma imagem ATERRORIZADORA de uma miúda estendida no chão toda roxa, com as veias a saltarem-lhe por todos os lados.
Morta.
Eu vi aquilo e garanto-vos que hoje, se fechar os olhos ainda consigo ver tal e qual a imagem (veja-se o meu trauma). Passaram-se 20 anos desde esse dia. A minha mãe, depois de ver o meu ar de choque virou-se tão simplesmente para mim e disse: É isto que as drogas fazem.
Ok, pensei. Nunca na vida vou sequer chegar perto de drogas. Pena que ela na altura não me quis explicar que haviam drogas duras e drogas leves mas pronto, o que interessava na cabeça dela era salvar-me do mundo das drogas: "Parabéns, você ganhou".
Mas por acaso nem era esta história que eu queria contar, mas achei que permitiria de alguma forma perceber o quanto a minha mãe é como eu (maluca), e agora a história que vou contar torna-se ainda mais interessante.
Voltando atrás, quando referi os primórdios dos meus 5/6 anos, a minha mãe estava a levar-me de carro até à festa de anos de escolinha de uma colega, quando e subitamente eu percebi que não aguentava mais. Tinha que falar com alguém, tinha que desabafar, precisava de tirar esta dúvida da minha cabeça fosse para o bem ou para o mal e o resto que se lixasse. Eu só não aguentava mais viver na incerteza.
E assim foi, quem seria a pessoa mais indicada para eu poder contar os meus medos e receios mais íntimos? Pois está claro. A minha mãe.
Eu nem perguntei, só disse: "mãe....eu acho que sou maluca".
Ela olhou do banco da frente para o banco de trás onde eu estava e disse-me aquilo que eu precisava ouvir, nem mais, nem menos. As palavras que me tranquilizaram e me permitiram seguir em frente com a infância feliz: "Mafalda...os malucos não sabem que são malucos".
Conclusões:
1) Se na altura eu achava que os malucos não sabiam que eram malucos, hoje em dia, já não estou assim tão certa.
2) Efectivamente tinha pouco com que me entreter e faltou-me brincar na rua com outros putos.
3) A minha mãe não sabe que é maluca.
Peixinhos