quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Perguntas Loucas



Bom dia Neptunianos e outros seres alienígenas (é uma vergonha sim, mas tive que ir ver ao Google como é que isto se escrevia).

Infelizmente, o meu trabalho hoje não me permitiu postar nada aqui antes, mas it is not a big deal porque a verdade é que ninguém lê isto, excepto tu mãe. Obrigada por seres a pessoa que mais acreditou em mim sempre! Aquela que me desejava sempre "muita luz" para as orais na faculdade e que efectivamente me iluminava porque muitas das vezes ia para lá sem ter estudado nada.

Mas a minha sanidade neptuniana nos dias de hoje deveu-se tão somente a ti, e mais ninguém. E não é recente, já tem os seus primórdios desde os meus 5/6 anos.

É verdade que, à parte dos meus problemas de identidade outros problemas se levantaram e outras questões pertinentes surgiram na minha cabeça e inquietaram. 

Este texto vai ser curto porque esta pérola dramática foi resolvida muito rapidamente, aliás como sempre ao jeito da minha mãe que, conseguiu nos meus 9 anos (ou menos) chamar-me até ao Computador onde abriu uma espécie de email ( já não me recordo bem),  abriu uma imagem ATERRORIZADORA de uma miúda estendida no chão toda roxa, com as veias a saltarem-lhe por todos os lados. 
Morta.

Eu vi aquilo e garanto-vos que hoje, se fechar os olhos ainda consigo ver tal e qual a imagem (veja-se o meu trauma). Passaram-se 20 anos desde esse dia. A minha mãe, depois de ver o meu ar de choque virou-se tão simplesmente para mim e disse: É isto que as drogas fazem. 

Ok, pensei. Nunca na vida vou sequer chegar perto de drogas. Pena que ela na altura não me quis explicar que haviam drogas duras e drogas leves mas pronto, o que interessava na cabeça dela era salvar-me do mundo das drogas: "Parabéns, você ganhou".

Mas por acaso nem era esta história que eu queria contar, mas achei que permitiria de alguma forma perceber o quanto a minha mãe é como eu (maluca), e agora a história que vou contar torna-se ainda mais interessante.

Voltando atrás, quando referi os primórdios dos meus 5/6 anos, a minha mãe estava a levar-me de carro até à festa de anos de escolinha de uma colega, quando e subitamente eu percebi que não aguentava mais. Tinha que falar com alguém, tinha que desabafar, precisava de tirar esta dúvida da minha cabeça fosse para o bem ou para o mal e o resto que se lixasse. Eu só não aguentava mais viver na incerteza.

E assim foi, quem seria a pessoa mais indicada para eu poder contar os meus medos e receios mais íntimos? Pois está claro. A minha mãe.

Eu nem perguntei, só disse: "mãe....eu acho que sou maluca".

Ela olhou do banco da frente para o banco de trás onde eu estava e disse-me aquilo que eu precisava ouvir, nem mais, nem menos. As palavras que me tranquilizaram e me permitiram seguir em frente com a infância feliz: "Mafalda...os malucos não sabem que são malucos".

Conclusões:

1) Se na altura eu achava que os malucos não sabiam que eram malucos, hoje em dia, já não estou assim tão certa.
2) Efectivamente tinha pouco com que me entreter e faltou-me brincar na rua com outros putos.
3) A minha mãe não sabe que é maluca.
Peixinhos

Escolas para Neptunianos

Começando do início, porque é efectivamente por onde as coisas devem começar, eu pergunto-me "como assim, ainda são 11:40 de quarta-feira?"

Ainda falta toda uma tarde, toda uma quinta e toda uma sexta para eu poder voltar a encontrar algum alento. Tão bom não é? viver todos os dias à espera do fim-de-semana. Ai de alguém que me venha dizer que esperar é uma grande virtude e que eu não a tenho.

Pois é, porque enquanto alguns se queixam que quando combinam ir apanhar um amigo ficam 20 ou 30 min minutos à espera que ele desça, eu fico de segunda a sexta à espera do fim-de-semana. Tratam-se de 24h vezes 5. Agora façam as contas porque se há coisa que sou péssima é a matemática.

Facto que não me impediu de ter 19 a MACS. Sou efectivamente um génio das probabilidades e dos métodos eleitorais. Mas só disso mesmo. 

Já tive boas notas, mas só quando apertavam comigo. Era rebelde, passava as aulas a conversar e não estudava a ponta de um corno (acho que só estudei um ano em toda a minha vida e foi na faculdade. Resultado: anorexia nervosa. Espetáculo!)

Conclusão: Não fui feita para estudar - Graças a Deus!

Em relação à escola tambem me Neptuanizo por ter conseguido a proeza de ter sido expulsa da sala no 1.º dia de aulas da escola primária. É verdade! aqui a miss génio conseguiu ir para a rua a primeira vez na vida que pôs os dois pézinhos numa sala de aula. E quererão saber porquê porque essa é a verdadeira neptuanização da cena: porque pedi!!!!!

Pedi para ser expulsa porque não aguentava mais estar ali dentro... como assim?!?! Isto acontece com mais alguém ou só mesmo comigo? 

Escusado será dizer que o professor me fez a vontade até porque já não aguentava a minha indisciplina. Coitado, no primeiro dia percebeu que por causa de uma sujeitinha iria ter 4 longos anos à sua frente. E assim foi, reformou-se ao fim dos 4 anos (coincidências da vida mas teve o merecido descanso).

Escusado será dizer que este não foi um caso isolado de Mafalda na rua, mas como uma das minhas máximas é "malandra não estrilha", ainda assim, recordo-me com mais clareza que, no 11.º ano chamei estúpida a uma professora e fui directa para o conselho executivo.
A minha vida académica não teve assim tantos contratempos. Na verdade, entrei na faculdade de Direito com 17 anos sem nunca ter chumbado mas aqui aconteceu um milagre. Não o milagre do 7.º dia, mas o milagre do 7.º ano. Passo a explicar:
No sétimo ano, alguma alma peregrina da escola onde eu andava decidiu colocar tudo o que era aluno desencabrestado (como eu, e não sei sequer se esta palavra existe) na mesma turma. Resultado = merda.

Foi este o ano em que faltei a imensas aulas, fumei o meu primeiro cigarro, dei o meu primeiro linguado, primeira ida ao conselho executivo ...E, sete negativas no 2.º período. Efectivamente, este era o ano do 7, e eu fiz juz a isso. Tal como seria de esperar.

Tive negativa a tudo menos a Educação física, EVT e moral religião (sendo que esta última me valeu pelas viagens todas que paguei e fui - não me podiam chumbar), e os meus pais foram chamados à escola pela minha directora de turma.

Nunca mais me vou esquecer disto: uma mesa redonda, eu, o meu pai, a minha mãe e a directora de turma a confrontá-los com o facto de eu ter tido 7 negativas e o ano já ir para lá de meio.

Eu nem abri a boca, tinha 12 anos de idade. Mas o meu pai não me seguiu o exemplo pelo que exclamou "A Mafalda não vai voltar à escola este ano, não anda a brincar com o meu dinheiro e vai trabalhar". 

Reforço a ideia de que tinha 12 anos e quando olhei para a minha directora de turma ela estava a olhar para ele de boca aberta, só faltava mesmo a mosca. Quando voltou a si disse aos meus pais para eu continuar a ir às aulas, porque era uma aluna com capacidadese se me esforçasse ainda passava o ano. 

Assim foi, passei para o 8.º ano com apenas duas negativas: francês e matemática. Acabando o texto de volta ao início: Continuei sem ter positiva a matemática até ao final do 9.º ano. 

E contarei mais peripécias sobre este tema mais à frente, um texto muito grande torna-se demasiado enfadonho.

E a conclusão pouco educativa:

- > Claramente não precisamos de nos aplicar o ano inteiro para conseguir passar de ano.
-> Efectivamente não é preciso estudar para passar de ano, é só preciso querer.

Peixinhos

Para falar de mim

Eu não sou um ser terrestre, disso eu tenho a certeza.

E as pessoas irão compreender o porquê à medida que forem lendo os meus posts.

Na minha vida acontecem coisas demasiado estranhas para que eu me consiga fazer crer a mim mesma que fui havida aqui neste planeta onde as pessoas são cinzentas, iguais e se conformam com o facto de as semanas terem sete dias e durante CINCO terem que se levantar às 7 da manhã (como assim 7 horas da manhã? Porra ainda ninguém conseguiu criar uma lei que proibisse as entidades patronais de obrigarem os empregados a estarem às 9 a trabalhar?...Tendo em conta a diarreia legislativa que neste país se vive? Eu acho que esta parece uma ideia bastante plausível), e, trabalharem até (no mínimo) às 18h. 

Depois de todo este circo entediante que é ter de trabalhar as pessoas vão para as suas casas jantar, xixi e cama. 

Over and over again. Kill me now.

Tradução: As rotinas a mim causam doenças muito graves.

Mas a verdade é que desde muito pequenina que eu me inquieto e questiono relativamente à minha proveniência...Eu só não sabia que vinha de Neptuno na verdade porque nem sabia o que era Neptuno ou outro planeta qualquer ou o que quer que seja.

Como já falava, perguntava aos meus pais "eu sou mesmo vossa filha?" e eles, tão neptunianos como eu respondiam que NÃO. Eu não era filha deles. Na verdade tinham me ido buscar a uma instituição, e, veja-se a minha sorte, no meio de tantos bebés escolheram-me a mim.

Sorte o caraças, porque esta resposta deixava-me num pranto em lágrimas, eles tinham mesmo que intervir.

Para me acalmar (sim porque eu não sou fácil) e para me convencer o meu pai dizia "Estamos a brincar contigo, olha os teus dedos: são iguais aos do pai, tal e qual"; "Olha os teus dentes como os do pai? e o teu nariz? I G U A I S" É tudo igual a ele, coitada da minha mãe. E de facto ainda bem que são as mães que carregam os filhos na barriga porque senão outro tipo de dúvidas podiam surgir. Ainda assim, em relação a toda esta temática consigo apenas deduzir que sou um homem mas com mamas (e quanto a isto também há muito que se lhe diga) e um "pipi" (não tou mesmo a encontrar palavra mais acertada).
Posto isto, e sendo este o primeiro texto que me neptuaniza, colocando-me na pele de quem o lê, considero estes argumentos só por si bastante fortes e convincentes.

Tal como a minha chefe diz "Mafalda, sempre que fazes alguma coisa tens que acrescentar uma conclusão no fim", pois cá vai:

1) Desde pequena que tenho problemas de identidade.
2) Os meus pais em nada contribuíram para que assim não fosse.
3) Os meus pais são tão doidos como eu.

Peixinhos e abraços